Vive-se um momento de aceleração das transformações globais. As consequências do Antropoceno fazem-se sentir, globalmente e na vida dos indivíduos. As migrações sul-norte avolumam-se, as sociedades do Norte são desafiadas pelas novas e velhas formas de autoritarismo. A tecnologia faz sentir os seus efeitos, quer na destruição de algumas atividades, quer na criação de novas. Estes efeitos tecnológicos vão muito para além do mundo do trabalho. Estão presentes nos avanços da inteligência artificial, mas também nas transformações da intimidade, com novas formas de viver a sexualidade, de organizar a vida em casal ou no paulatino deslizamento da individualidade para o centro da organização social.

Contudo, as persistências estruturais, herdadas do passado, não desapareceram. Se emergem novas formas de desigualdade, estas vêm acumular, e com frequência reforçar, as desigualdades tradicionais, assentes na relação dos indivíduos com o sistema produtivo e, desde esse ponto, espalhando-se a todas as dimensões das suas vidas. Os seus impactos fazem-se sentir desde o nível macro-estrutural ao dos quotidianos de cada um.

É neste contexto, de uma sociedade complexa, em complexificação, e em aceleração desta complexificação, que a sociologia é desafiada a desempenhar os seus papéis. Desde logo, o de ferramenta para a compreensão da sociedade: das suas desigualdades, das suas mudanças e dos impactos dos processos societais na vida das pessoas e na organização social. A sociologia é também desafiada no seu papel de suporte à avaliação e desenho das políticas públicas. Aqui o que está em causa é a forma como ajuda a sociedade a funcionar e a lidar com os desafios que enfrenta, velhos, novos e renovados.

É neste contexto que se desenrola este décimo quarto encontro de Sociologia dos Açores (XIV ESA). Pensando em especial no arquipélago e nos contextos que o enquadram (social, político e económico).

O Observatório da Juventude dos Açores foi criado em 2011 como instrumento para o estudo e análise da juventude açoriana e para apoiar a definição e gestão das políticas públicas para a juventude.

Para além da realização de múltiplos colóquios e webinars internacionais e da divulgação de informação pertinente para a comunidade cientifica e para os jovens através da sua página web: http://observatoriodajuventude.azores.gov.pt/index.php o OJA tem vindo a desenvolver os seguintes projetos de investigação: Jovens açorianos percursos escolares e profissionais; Jovens açorianos qualificados; Juventude açoriana mundo trabalho (já concluídos) e Vivências e perspetivas de jovens no mercado de trabalho sobre a formação profissional, Discursos de ódio, Youth online e Literacia e participação democrática dos Jovens Açorianos.

Parceria entre as escolas EPROSEC e EPRG e o nosso evento para a realização de uma atividade complementar intitulada “Sociologia nas Escolas”. Esta atividade consiste na deslocação, a uma ou mais turmas das escolas (a combinar), de um professor de Sociologia da Universidade, eventualmente acompanhado por um aluno desse curso, para explicar o que é a sociologia e o que fazem os sociólogos, em ordem a informar os alunos sobre essa atividade e profissão.

Com o evento sociologia nas escolas pretende-se trazer ao conhecimento dos alunos do ensino secundário uma reflexão sobre a sociologia feita por professores da universidade dos Açores. Pretende-se debater, entre a palestra e a conversa, o que é a sociologia e como é que ela interfere na vida das pessoas. Será, assim, possível introduzir os jovens estudantes no mundo da sociologia académica e profissional. Uma discussão ao mesmo tempo apelativa e formativa. Na certeza de que um outro olhar sobre si e sobre o mundo resultará deste exercício.

O workshop pretende refletir sobre a evolução do fenómeno migratório e o impacto dos novos agentes migratórios no panorama multicultural da região Açores. Uma nova realidade que desafia profissionais e organizações regionais a discutir científica e politicamente o impacto das migrações na mudança da sociedade, na desconstrução do discurso de ódio e múltiplas formas de discriminação e na (re)definição de uma política nacional e regional de integração.

Para compreender os desafios dos imigrantes nos Açores surge a necessidade de enquadrar no atual contexto das sociedades contemporâneas, agora alimentadas pela incerteza, insegurança e extraordinária vulnerabilidade. Bem sabemos que quando um país passa por momentos de maior instabilidade, quer social, quer económica e/ou política acentuam-se as posições extremadas e fabricações maniqueístas em relação ao “Outro”, o diferente, o estrangeiro, o unheimlich. Tais distorções culturais materializam o espírito de uma época marcada pelo medo e angústia social. Medo este que subestima a fraternidade e envenena a cooperação.

Este debate pretende explorar estas e outras questões sob o olhar dos imigrantes nos Açores. Perceber os seus percursos e desafios nesta Região significa perceber melhor a abertura (ou não) da nossa comunidade aos imigrantes. Perceber se o acolhimento se traduz numa relação de alteridade pautada pelo respeito, ou se numa mera tentativa de tolerância inquieta e nebulosa.

Gilberta Margarida de Medeiros Pavão Nunes Rocha | Universidade dos Açores, CICS.UAc/CICS.NOVA.UAc

Fernando Diogo | Universidade dos Açores, CICS.UAc/CICS.NOVA.UAc

Rolando Lalanda | Universidade dos Açores, CICS.UAc/CICS.NOVA.UAc

Piedade Lalanda | Universidade dos Açores, CICS.UAc/CICS.NOVA.UAc

Ana Cristina Palos | Universidade dos Açores, CICS.UAc/CICS.NOVA.UAc

Licínio Tomás | Universidade dos Açores, CICS.UAc/CICS.NOVA.UAc

Ana Matias Diogo | Universidade dos Açores, CICS.UAc/CICS.NOVA.UAc

Pilar Damião De Medeiros | Universidade dos Açores, CICS.UAc/CICS.NOVA.UAc

Álvaro Borralho | Universidade dos Açores, CICS.UAc/CICS.NOVA.UAc

Sandro Serpa | Universidade dos Açores, CICS.UAc/CICS.NOVA.UAc

Daniela Soares | Universidade dos Açores, CICS.UAc/CICS.NOVA.UAc

Fernando Diogo | Presidente da Comissão Organizadora | Universidade dos Açores, CICS.UAc/CICS.NOVA.UAc

Ana Cristina Palos | Universidade dos Açores, CICS.UAc/CICS.NOVA.UAc

Pilar Damião De Medeiros | Universidade dos Açores, CICS.UAc/CICS.NOVA.UAc

Daniela Soares | Universidade dos Açores, CICS.UAc/CICS.NOVA.UAc

Sofia França | Universidade dos Açores, CICS.UAc/CICS.NOVA.UAc

Universidade dos Açores

Centro Interdisciplinar de Ciências Sociais (CICS.UAc/CICS.NOVA.UAc)

Universidade dos Açores

Faculdade de Ciências Sociais e Humanas

Piso 5, Gabinete D.195

Rua da Mãe de Deus

9501-855 Ponta Delgada

São Miguel – Açores

Universidade dos Açores, Campus de Ponta Delgada

Fundada em 1976, a Universidade dos Açores consolidou-se ao longo das décadas como uma instituição de referência no seio do arquipélago, conseguindo edificar laços científicos e culturais. Mas firmou-se também como uma instituição de caráter universalista, potenciando a relevância que a sua natureza atlântica lhe confere: uma verdadeira ponte entre a Europa, as Américas e outras geografias do saber, confirmando que, nela, a Scientia Lucet. (https://uac.pt/pt-pt/historia)

A UAc está localizada na zona central da cidade de Ponta Delgada, enquadrada num Jardim botânico e parque de estacionamento próprios, encontra-se a 5Km do Aeroporto Internacional João Paulo II e a 5-10 minutos a pé da baixa citadina, junto ao mar. Os transportes públicos e privados facilitam o acesso a qualquer zona da cidade e da paradisíaca ilha de São Miguel.

A Universidade dos Açores (UAc) dispõe no campus de Ponta Delgada de um Corpo de Anfiteatros (constituído por Aula Magna, Auditórios Norte e Sul e Sala de Exposições), 3 Anfiteatros, Salas de Aula e Salas de Videoconferência.

O XIV Encontro de Sociologia realizar-se-á no Anfiteatro VIII, assinalado no mapa (11).